Acordo com o Sol me dando bom dia, estou jogado na grama, mais precisamente no quintal de um palacete suntuoso e penso, "caramba estou vivo...". Meu pensamento é interrompido por uma enorme dor de cabeça, me levanto e observo o local que estou, piscina de borda infinita uau, acho que essa não é minha propriedade e mesmo que fosse aqui tem prejuízo suficiente para se usar como set de filme sobre apocalipse e destruição pôs festa, tento caminhar entre o "campo minado" formado por red cups, vou recolhendo minhas roupas e abro a geladeira ao lado da churrasqueira, pego uma cerveja e enquanto a detono vou relembrando as memórias da noite anterior, dancei com várias garotas, bebi ate a garçonete não querer me servir, briguei com um idiota, levei a pior, mas uma garota muito linda cuidou de mim, mas não lembro seu nome, nossa que noite, eu devo ter anotado o nome dela, procuro meu celular nos bolsos... Jesus Cristo! Perdi meu celular, tento procurar pela imensidão de copos mas não o encontro, vejo algo metálico brilhando na piscina parece uma barra de ouro, olho pelo meu corpo minhas correntes, pulseiras e anéis estão no meu corpo, junto com algumas tatuagens, ainda sinto dor de cabeça passo a mão na testa e noto um inchaço, caminho em direção a piscina e vejo um iphone dourado submerso, agora temos um celular, mergulho apesar da claridade da água e do sol, a piscina não está aquecida, mergulho mais até o fundo e pego o aparelho volto a superfície, a água está super gelada e meu corpo começa a se tremer, pego uma toalha e olho pro aparelho, com um 13 e embaixo as iniciais J B, gravadas em ouro 24k (presente de uma "amiga" afortunada dos Emirados Árabes) sim é o meu celular coloco no bolso e caminho para o interior da residencia, vejo que tem roupas limpas e passadas em um cabide, todas pretas vou torrar nesse sol, me olho no espelho e estou todo arranhado e com um enorme hematoma na testa, estou com a aparência de um zombie, tomo um rápido banho e tenho a sensação de prazer, me arrumo, passo perfume e uso o secador no meu telefone, consigo o ligar, 26 ligações perdidas e milhares de mensagens e um lembrete "primeiro dia de aula", leio as mensagem e vejo minhas redes sócias, legal estou sendo procurado por vandalismo, briguei e levei apior e ainda tem um vídeo da festa rodando em todos os sites, vejo o vídeo e sinto orgulho e vergonha, orgulho pela festa ter sido um sucesso e vergonha por ter apanhado igual a um safado, to ferrado e atrasado pra ajudar, bem deve dar tempo de chegar lá. Pergunto da dona da casa para uma das empregadas, vou até a suíte, ando lentamente sem fazer barulho, vejo aquele rosto lindo similar a um anjo a dormir, me abaixo até sua boca a dou um beijo e olho ela dormir. Escrevo um sms:
Estou indo embora, você é louca, você me disse que queria uma festa, tivemos uma festa épica, procure no Utube "Festa da Tiffany" depois, você pagou uma equipe para filmar tudo, você acabou com a festa em um surto, você se jogou com tudo de uma mesa caiu e devido ao alto nível de álcool no seu sangue, você desmaiou, liguei para um médico e eles te medicaram, falo com você depois se cuida.
JB
Envio a mensagem, agora me recordo ao ver um dos sms, é de Gab a garota linda que cuidou de mim, respondo a mensagem e vou para a cozinha, tomo meu café e dou algumas ordens para os empregados sobre a limpeza da casa e a proprietária, não deve ser fácil ser empregado de uma socialite, mas é a vida. Olho minhas redes sociais e volto a sentir vergonha, faço algumas ligações enquanto caminho em direção a meu carro na garagem, saio o mais rápido que posso, acumulando multas e infrações pelo caminho, lembro que estou procurado e isso me da mais ânimo pra continuar o dia, "Viva lá vida..." louca é claro. Chego a Universidade me admiro com as instalações "nada mal", vejo algumas pessoas me olhando ao chegar, faço uma cara de mal e o hematoma na testa ajuda a confirmar isso, coloco um óculos de sol, acho que atrapalhei a conversa deles, devem estar uns falando sobre a vida que levam e afins a mesma coisa de sempre.
Entro na sala e vejo algumas pessoas conhecidas, comprimento algumas com meu melhor sorriso enquanto caminho até uma cadeira ao lado de Sophie, converso com ela:
- Quanta coincidência, Buenos Aires agora aqui, será um ótimo semestre...
Pauso minha conversa creio que todos estejam me olhando imaginando quem eu deva ser, lembro que já foi feita a chamada e me apresento:
- Juscelino Bueno, Presente!
Pego um chiclete no meu bolso e começo a mascar-lo e volto pro meu celular para responder as várias mensagens que chegam fazendo barulho e chamando atenção de todos. Eu dou uma rápida olhada no visor e olho na direção da reitora e digo:
- A aula é lá!